Poemas vistos na aula:
EPITÁFIO PARA UM BANQUEIRO
n e g ó c i o
e g o
ó c i o
c i o
0
EXERCÍCIO ORTOGRÁFICO
metafísica
metaphysica
metaphtysica
OCIDENTAL
a missa
a miss
o míssil
À MODA DA CASA
feijoada
marmelada
goleada
quartelada
CRONOLOGIA
A.C.
D.C.
W.C.
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CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná
sofá...
sinhá...
cá?
bah!
OLÍMPICA
ufa ufa ufa ufa
por ufa ufa ufa
ufa que ufa ufa
ufa ufa me ufa
ufa ufa ufa ufa
no ufa ufa ufa
ufa do ufa ufa
por ufa ufa ufa
ufa que ufa ufa
ufa ufa me ufa
ufa ufa ufa ufa
no ufa ufa ufa
ufa do ufa ufa
ufa
ufa meu pa
ufa ufa ufa pa
ís ufa uff fff
ufa ufa ufa pa
ís ufa uff fff
SEU METALÉXICO
Economiopia
Desenvolvimentir
Utopiada
Consumidoidos
Patriotários
Suicidadãos
___________________________
O LIBERTADOR
frei id
freiid
freud
UM SONHO AMERICANO
CIA ilimitada
LAR
espaço que separa
o volkswagen
da televisão
NEOPAULÍSTICA
pelo mesmo Tietê
onde outrora viajavam
bandeirantes heris
só viajam agora
os dejetos: bandeira
de seus filhos fabris
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O POETA AO ESPELHO, BARBEANDO-SE
o rito
do dia
o ríctus
do dia
o risco
do dia
do dia
o ríctus
do dia
o risco
do dia
EU?
UE?
UE?
olho
por olho
dente
por dente
ruga
por ruga
por olho
dente
por dente
ruga
por ruga
EU?
UE?
UE?
o fio
da barba
o fio
da navalha
da barba
o fio
da navalha
a vida
por um fio
por um fio
EU?
UE?
UE?
mas a barba
feita
a máscara
refeita
mais um dia
aceita
feita
a máscara
refeita
mais um dia
aceita
EU
EU
EU
ENTROPIA
não que a chama não
queime a luz perdesse
razão de iluminar
não que a boca não
morda ao fruto falte
o bíblico sabor
mas e a crescente
sensação de morno?
o ver sem ver? Um fel
vagomelancólico
a perturbar agora
a digestão de adão?
SALDO
a torneira seca
(mas pior: a falta
de sede)
a luz apagada
(mas pior: o gosto
do escuro)
a porta fechada
(mas pior: a chave
por dentro)
______________________________
ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
a poesia está morta
mas juro que não fui eu
eu até que tentei fazer o melhor que
podia para salvá-la
imitei diligentemente augusto dos
anjos paulo torres carlos drummond de andrade manuel bandeira murilo
mendes vladmir maiakóvski joão
cabral de melo netopaul éluard oswald de andrade guillaume appolinaire sosígenes
costa bertolt brecht augusto de campos
não adiantou nada
em desespero de causa cheguei a
imitar um certo (ou incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada de
ferro araraquarense
porém ribeirãozinho mudou de nome a
estrada de ferro araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece
nunca ter existido
nem eu
À MINHA PERNA ESQUERDA
1
Pernas
para que vos quero?
Se já não tenho
por que dançar.
Se já não pretendo
ir a parte alguma.
Pernas?
Basta uma.
2
Desço
que subo
desço que
subo
camas
imensas.
Aonde
me levas
todas
as noites
pé morto
pé
morto?
Corro, entre fezes
de infância, lençóis
hospitalares, as ruas
de uma cidade que não dorme
e onde vozes barrocas
enchem o ar
de p
a
i
n
a sufocante
e o amigo sem corpo
zomba dos amantes
a rolar na relva.
Por que me deixaste
pé morto
pé morto
a sangrar no meio
de tão grande sertão?
não
n ã o
N Ã O !
4
Dizem que
ontem à noite um inexplicável morcego assustou os pacientes da enfermaria
geral.
Dizem que
hoje de manhã todos os vidros do ambulatório apareceram inexplicavelmente sem
tampa, os rolos de gaze todos sujos de vermelho.
5
Chegou a
hora
de nos
despedirmos
um do
outro, minha cara
data
vermibus
perna
esquerda.
A las
doce en punto
de la
tarde
vão nos
separar
ad
eternitatem.
Pudicamente
envolta
num trapo
de pano
vão te
levar
da sala
de cirurgia
para
algum outro (cemitério
ou lata
de lixo
que
importa?) lugar
onde
ficarás à espera
a seu
tempo e hora
do
restante de nós.
6
esquerda direita
esquerda direita
direita
direita
Nenhuma
perna
é eterna.
7
Longe
do corpo
terás
doravante
de
caminhar sozinha
até o dia
do Juízo.
Não há
pressa
nem o que
temer:
haveremos
de
oportunamente
te
alcançar.
Na pior
das hipótese
se
chegares
antes de
nós
diante do
Juiz
coragem:
não tens
culpa
(lembra-te)
de nada.
Os maus
passos
quem os
deu na vida
foi a
arrogância
da cabeça
a
afoiteza
das
glândulas
a
incurável cegueira
do
coração.
Os
tropeços
deu-os a
alma
ignorante
dos buracos
da
estrada
das
armadilhas
do mundo.
Mas não
te preocupes
que no
instante final
estaremos
juntos
Olá, sou aluno do curso e gostaria de parabenizar o André, a Viviana e o Sérgio pelas suas aulas que foram ótimas. Quero perguntar ao Sérgio se ele pode indicar alguma referência bibliografia sobre a questão do "desencanto" do "homem pós-moderno", que discutimos um pouco na aula sobre o José Paulo Paes.
ResponderExcluirEstou adorando o curso!
Obrigado!
Caro,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. As referências são mil, mas sugiro autores (cada um deles tem diversas obras sobre o tema) como Fredric Jameson, David Harvey, Christopher Lasch, Stuart Hall e Raymond Williams.
abraço,
Sérgio